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Esse blog é destinado a promover o debate de temas culturais e sociais, além de divulgar as ações realizadas por jovens moradores da comunidade São Remo, no bairro do Butantã (SP).

segunda-feira, dezembro 19, 2005

VESTIBULAR: UNESP REGISTRA 19% DE ABSTENÇÃO

17.889 candidatos não compareceram ao primeiro dia de prova, que segue hoje e amanhã


Ricardo Westin e Luciana Mattiussi(*)

O número de ausências neste ano no vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) foi o maior dos últimos cinco anos. Dos 93.948 inscritos, 17.889 vestibulandos não fizeram a prova ontem à tarde, no primeiro dos três dias do exame. O índice de ausência, de 19%, ficou bem acima dos porcentuais registrados nos últimos anos, que ficaram em torno dos 14%. Para a coordenação do vestibular, o principal motivo para tamanha ausência foram as isenções da taxa de inscrição. Neste ano, foram concedidas cerca de 25 mil isenções, praticamente o dobro do ano passado. “Muitas das pessoas que não precisaram pagar a taxa de inscrição trabalham. E podem ter se esquecido de que as provas também ocorrem durante a semana, quando estão no trabalho”, explica o professor Fernando Dagnoni Prado, o coordenador do vestibular.

O exame de ontem foi o primeiro de uma série de três. Os candidatos tiveram de responder a 84 questões de conhecimentos gerais. Hoje, será realizada a prova de conhecimentos específicos, com perguntas que variam de acordo com o curso escolhido. Amanhã serão aplicadas a prova de português e a redação. Em todos os dias, o início da prova é às 14 horas. Os alunos, porém, devem chegar com pelo menos uma hora de antecedência. As provas ocorrem em 24 cidades de São Paulo. Para o ano que vem, a universidade oferece 6.174 vagas.

FUTEBOL
A vitória do São Paulo no Mundial Interclubes, ontem de manhã, acabou prejudicando alguns vestibulandos da capital. Quem precisou pegar ônibus ou metrô para fazer a prova no bairro da Liberdade, na região central, não contava com um empecilho: a festa dos torcedores. Por causa disso, estudantes se atrasaram e acabaram impedidos de entrar no local de prova.

Augusto César Nisivima, de 18 anos, e a prima Carolina Nisivima, de 19, chegaram ao local do exame logo após o portão ter sido fechado, às 14 horas. “Viemos do Horto Florestal e o ônibus que pegamos estava lotado de são-paulinos comemorando. Parava toda hora. Tivemos de descer e pegar outro. Depois, fomos para o metrô, que estava andando superdevagar”, contou Augusto. “É um desespero”, resumiu. Carolina chorou. Os dois iriam tentar uma vaga no curso de Medicina.

Nenhuma reação, porém, se comparou à de Lúcia Alves da Silva, de 18 anos. Assim que chegou e viu o portão fechado, a estudante começou a chorar desesperadamente. Seu nervosismo era tanto que o nariz sangrou, causando comoção em quem ainda estava no portão. Lúcia iria prestar Fonoaudiologia. “Moro no Itaim Paulista e saí de casa às 10h30. Vim de trem e metrô.” Segundo ela, o trem ficou parado muito tempo. Lúcia foi levada pela polícia a um pronto-socorro.

PROVA FÁCIL
A maioria dos vestibulandos considerou fácil a primeira prova do vestibular da Unesp. No entanto, já esperam dificuldades nos outros dois dias de exame. A partir de amanhã, as questões são específicas. Rafaela Fava, que tem 18 anos e busca uma vaga no curso de Agronomia, oferecido no campus de Jaboticabal, disse que as questões de humanas foram fáceis. “Já as de exatas foram bem difíceis”, contou, logo depois de sair da sala de prova, em Ribeirão Preto.

Camila Souza Gomes, de 17 anos, que fez a prova em Campinas, achou que o exame da Unesp foi menos complicado que o da Fuvest. “Neste primeiro dia o nível de dificuldade foi médio”, comentou ela.

(*)Repórteres do Jornal O Estado de S. Paulo. Matéria publicada na edição de 19/12/2005.