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Esse blog é destinado a promover o debate de temas culturais e sociais, além de divulgar as ações realizadas por jovens moradores da comunidade São Remo, no bairro do Butantã (SP).

terça-feira, dezembro 13, 2005

CAEM AS NOTAS DE CORTE DA FUVEST


Dos cerca de 150 mil alunos que fizeram a 1.ª fase, 31.104 passaram para a 2.ª etapa, que começa no dia 8

Renata Cafardo (*)

As notas de corte da Fuvest, que vinham subindo desde 2002, caíram no vestibular deste ano. Elas significam as quantidades mínimas de acertos necessários na prova da primeira fase para que o estudante passe para a próxima etapa. E são calculadas a partir de uma média do desempenho dos candidatos, em cada curso. Por isso, o resultado indica que o exame para ingressar em uma das vagas da Universidade de São Paulo (USP), da Santa Casa e da Academia de Polícia Militar do Barro Branco foi mais difícil neste ano (veja quadro ao lado). Dos cerca de 150 mil alunos que fizeram a primeira fase, 31.104 foram aprovados para a segunda, que começa no dia 8 de janeiro. O número inclui os treineiros, aqueles que fazem o vestibular apenas como uma experiência, porque ainda não terminaram o ensino médio e não podem concorrer a uma vaga. A lista com os nomes e com os locais de prova será divulgada na sexta-feira.

A nota mais alta foi a de Medicina, com 73 pontos entre os 100 possíveis. No ano passado, havia sido 81 e, em 2003, 78. Outros cursos que costumam ter as maiores notas da Fuvest - como Publicidade e Propaganda, Relações Internacionais, Jornalismo e Direito - registraram os mais baixos índices desde 2003, quando a prova da primeira fase foi mudada. Até então, a primeira fase era feita em dois dias e tinha 160 questões.

Já os cursos que tiveram as mais baixas notas foram Música, em Ribeirão Preto, com 25 pontos, e Fonoaudiologia, em Bauru, com 27. Entre os sete cursos criados neste ano pela USP, o de Design foi o que teve a maior nota de corte (61), ficando entre os 15 nos quais os alunos tiveram melhor desempenho. Para o curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, que será oferecido em São Carlos, a nota mínima foi 60.

As vagas no vestibular da Fuvest estão divididas entre 9.952 para a USP, 100 para a Santa Casa e 195 no Barro Branco. As provas da segunda fase serão dissertativas. Apenas a prova de português, com redação, é feita por todos os candidatos. As outras disciplinas são cobradas de acordo com cada curso.

REDE PÚBLICA

O diretor da Fuvest, Roberto Costa, não quis analisar os possíveis motivos que levaram à redução na nota de corte, se limitando a afirmar que as questões podem ter sido mais complexas neste ano. "Provavelmente o exame foi mais difícil", disse. A avaliação vai ao encontro da análise feita por professores de cursinhos. Para eles, o exame neste ano teve questões criativas e bem elaboradas, que eles classificaram como entre médias e difíceis.

A redução aconteceu também no ano em que a entidade recebeu um recorde histórico de inscrições: cerca de 170 mil. Os cursos da USP Leste e o número maior de isenções da taxa do vestibular fizeram com que aumentasse muito o número de candidatos carentes, o que também pode ter influenciado na baixa das notas. A quantidade de estudantes com renda familiar inferior a R$ 1.500 passou de 39,2% para 42,8%. E subiu de 38,6% para 41,8% o número dos que cursaram ensino médio na rede pública de ensino.

"Acreditamos que tem toda a relação a nota de corte estar menor e as cerca de 60 mil isenções que a USP forneceu neste ano para alunos pobres. E achamos isso positivo, porque é uma chance a mais para os alunos carentes", afirma frei David dos Santos, da organização não-governamental Educafro, que mantém uma rede de cursinhos voltados para alunos negros e carentes. "Não é problema a nota cair, porque o vestibular não mede capacidades, mede quem tem oportunidades de estudar em cursinho caro", diz.

(*)Repórter do Jornal O Estado de S. Paulo. Matéria publicada na edição de 13/12/2005.

CANDIDATO AO PROUNI DEVERÁ TER PELO MENOS 45 PONTOS

A nota mínima para os candidatos ao programa de bolsas Universidade para Todos (ProUni), do Ministério da Educação (MEC), será de pelo menos 45 pontos de média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A informação foi dada ontem pelo ministério, no primeiro dia de inscrições para o programa, que terá, ao longo de 2006, 130 mil vagas em 1.080 instituições. "Ainda não definimos a nota de corte, mas ela não será inferior a 45 pontos", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad. Trata-se da nota mínima que os estudantes precisam obter para concorrer a uma vaga. Neste ano, na primeira edição do ProUni, ela foi de 45 pontos. Mas só conseguiram vagas os que fizeram mais de 65. A nota de corte é definida pelo MEC, mas a concorrência acaba elevando a média necessária. Até o início da tarde, já havia quase 40 mil inscritos no programa. A expectativa é de que o número passe de 600 mil.

Em 2005, foram 340 mil candidato beneficiados pelo ProUni, a maioria brancos, segundo levantamento divulgado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Das 112 mil bolsas 72,8 mil foram para brancos, 38 mil para negros e 1,2 mil para índios. Segundo Lula, os projetos desenvolvidos pelo MEC reduziram o analfabetismo e melhoraram o desempenho da "meninada". "Sai debaixo, porque eles vêm com tudo para ser vitoriosos", disse.