POR DENTRO DAS PROFISSÕES
Assessoria de Imprensa
Monica Charoux (*)
A atividade de assessoria de imprensa é uma área do jornalismo que, por meio da informação, atua como ponte entre diferentes públicos, sendo o eixo principal a mídia e suas audiências, visando promover e informar o público sobre a atuação de determinada organização ou profissional. Para bem desempenhar essa atividade, o assessor de imprensa deve ter profundo conhecimento sobre o assunto que está promovendo e familiaridade com os diferentes meios e veículos de comunicação contemplados no seu plano de divulgação, a fim de saber exatamente como adequar a mensagem às especificidades daquele veículo visando, em última instância, atingir suas audiências e cumprir seus objetivos.
Sobretudo, o assessor de imprensa deve tratar com ética e objetividade as informações que oferece aos veículos de comunicação, tendo sempre em mente que ele é a interface entre o emissor e o receptor daquela notícia. É preciso que o assessor seja detentor também de uma ética pessoal acentuada, pois em todo processo de comunicação há uma dimensão intangível de subjetividade entre os agentes que não deve jamais preponderar sobre a dimensão objetiva. Ou seja, o assessor de imprensa trabalha relacionando-se com outros profissionais, mas não deve permitir que seu prestígio ou carisma favoreçam determinados interlocutores em detrimento daqueles com os quais, eventualmente, ele goze de menos proximidade ou empatia.
Ocasionalmente a assessoria de imprensa é vista com certa reserva por parte da comunidade jornalística, e alvo de um senso-comum que vê na atividade uma ferramenta de desvirtuamento do legítimo propósito de divulgar e informar o público.
No Brasil e em outras sociedades onde o nível sócio-econômico da população é tão frágil quanto a robustez financeira dos veículos de comunicação, o universo da informação acaba eventualmente sujeito a uma distorção de princípios que resulta numa atenuação da linha que delimita o conteúdo editorial do conteúdo comercial.
Em outra frente, as condições de trabalho existente em muitas redações são desestimulantes para os profissionais que nelas trabalham, o que acaba resultando numa dinâmica onde impera o reprocessamento de releases e outros materiais fornecidos por assessorias de imprensa.
O correto é que a assessoria de imprensa seja enxergada e atue como uma parceira e facilitadora no processo de geração e viabilização de pautas jornalística, nunca agindo como geradora do conteúdo jornalístico propriamente dito.
(*)Diretora de comunicação da agência Neogama/BBH
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